O arquiteto do esquecimento - Marcos Bulzara





"O trinado agudo do telefone o touxe de volta à realidade. 
Pensou em não atender. 
Depois de sete toques, pegou o aparelho sem fio 
e ouviu a mensagem que tornaria ainda mais a difícil a sua decisão."
p. 436



Doran Visich, nascido na Polônia, judeu, sofreu nas mãos de nazistas e com muita determinação conseguiu sobreviver ao holocausto. A bem da verdade, Doran Visich ‘sobreviveu’ a muita coisa. Doran viveu por 113 anos.

Atormentado pelo que aconteceu com sua irmã, se sentindo culpado, sem se recuperar. Com essas lembranças martelando sua cabeça sem parar, sofreu outro golpe. Dessa vez o alvo foi sua filha. Não querendo viver com ‘pesadelos’ o resto da vida e querendo proteger sua filha, Doran tomaou uma medida drástica. Daquelas sem retorno.

Que parte da sua vida você gostaria de apagar?

Passando pelo horror do holocausto, na Segunda Guerra Mundial, pela morte do presidente Kennedy, e viajando pelo futuro, conhecemos desde à infância de Doran até o fato culminante que originou o título do livro.

O arquiteto do esquecimento, de Marcos Bulzara (Life,  480 páginas, R$ 39,90) é fascinante. Me senti num caleidoscópio do tempo. Ora estava no presente, ora no passado. Através de Doran, o autor transmite a idéia de que há perdão, de que nenhum ódio ou raiva é bastante para se acabar com a vida. Mas é, sobretudo, uma história sobre esperança.

O início da trama é enervante. Fiquei atraída, não conseguia parar de ler. Logo mais no meio, me senti um pouco perdida, senti falta de mais diálogos. Mas, depois compreendi que aquele relato seria importante para o fim, que estava por vir. Esse livro me surpreendeu positivamente.






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