Desabei em lágrimas mais uma vez,
dominado pelas emoções que tomavam conta de mim.
Tinha que ver minha esposa mais uma vez,
antes que ela morresse.
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A história de Kim (Kimmer) e Krickitt é digna de um conto de fadas moderno. Um belo dia ele liga para uma loja, a fim de saber um pouco mais sobre jaquetas para técnicos de baseball, ela [que se chama Kisxan e tem apelido de Krickitt ou Krick, porque parece um grilinho] atende. É amor à primeira vista, ou seria à primeira fala? Kim fica impressionado com a voz exultante e a consideração que ela teve com ele. Nada daquela voz impessoal e apressada, comuns aos atendentes de telemarketing.
A euforia foi tanta, que Kim ligou diversas vezes – sempre pedindo para falar com krick – até comprar a jaqueta. Para sua sorte, outros técnicos gostaram e coube a ele fazer a intermediação da compra. Mais chances de falar com ela. A conversa era tão gostosa e fluiu tão naturalmente, que ela acabou dando o telefone de sua residência para que ele ligasse. A relação virtual tinha começado. Longas horas ao telefone. Cartas cheias de sentimentos a serem explorados [na época eles não tinham e-mail, Kim até brinca que se usassem internet ele tinha medo da quantidade de horas que eles ficariam trocando confidências]. Depois, troca de fotografia. A expectativa: será que ela gostou de mim? Será que irei gostar dela?
E chega, então, a hora do próximo passo: se conhecerem pessoalmente. Fica combinado que ela irá até a cidade dele, Las Vegas [que não é a cidade dos cassinos, em Nevada, e sim outra Las Vegas que fica no Novo México]. Se por telefone e carta a relação era ótima, pessoalmente não decepcionou. Era como se fossem almas gêmeas, tanto que no fim de semana que passaram juntos, não teve sexo e nem beijo. Era secundário perante o que eles tinham na frente deles: o futuro junto.
Casaram-se pouco tempo depois. Ela, que morava em outro estado, se mudou para o Novo México e a vida de casado decolou. Dois meses depois, viajando de carro, para passar o fim de semana com os sogros, Kim fica gripado e cede a direção para ela. Ele acorda com o grito horripilante de Krick. Som da batida. Estilhaços. Quando ele volta à si, o carro está de cabeça para baixo, ele está muito machucado e ela está pendurada pelo cinto de segurança, com sangue escorrendo, sem emitir nenhum sinal de vida.
Quando são socorridos, ele descobre que ela está viva. Mas por pouco tempo, provavelmente. As chances dela se recuperar do grave trauma são quase inexistentes.
O médico que a internou em Albuquerque disse que ela tinha menos de 1% de chance de sobreviver. A única esperança de Krickitt era um milagre.
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O ‘milagre’ acontece. Krick acorda. Claro que teve sequelas e a principal: ela não recordava de Kim e nem do casamento. Kim fica abismado. Como o amor da sua vida não recorda dele? A luta de Kim será fazer ela se apaixonar novamente por ele, todo dia, um pouco mais.
Para Sempre, de Kim e Krickitt Carpenter (Novo Conceito, 144 páginas, R$ 24,90), é uma história de superação, esperança e fé, principalmente. É sobre escolher o caminho mais difícil, para não perder aqueles que amamos. Ter paciência e se adaptar às mudanças. Enquanto alguns se divorciariam de Krick para recomeçar, Kim superou as diferenças e prometeu a si mesmo fazer com que ela se apaixonasse novamente por ele. Ele queria recomeçar, mas recomeçar ao lado dela. Ao lado do amor da mulher de sua vida.
Kim é um homem como poucos, ele persiste até reconquistá-la. Ele aguenta a indiferença, a grosseria da esposa ‘estranha’, ele suporta até mesmo: eu te odeio e nunca mais quero lhe ver, tudo em nome do relacionamento passado. Ele segue à risca os votos: na saúde e na doença, até que a morte nos separe. Kim fala muito da fé em Deus para superar as adversidades.
A história é narrada por Kim e possui poucos diálogos, mas isso não deixa a história chata, nem cansativa. Pelo contrário, é belíssima e empolgante. Ele narra com tanto afeto que é impossível não se emocionar. As 144 páginas passam rapidamente.
Foto do casal: AQUI.
Recomendo!
Assisti ao filme baseado no livro. Veja bem, o filme é bom, mas totalmente diferente do livro. O pano de fundo é o mesmo, a personagem feminina sofre acidente, fica desmemoriada, o marido tenta reconquistá-la, mas as semelhanças só vão até aí. Enredo, nomes dos personagens, cidade, profissão e todo o resto é completamente diferente. Ao ver o filme lembre-se de não comparar com o livro, para não se decepcionar. De qualquer forma, o filme vale pela bundinha do Channing Tatum, rs.