Vou começar falando sobre a polêmica com esse livro. O primeiro é visual, capa e título baseados no best-seller 50 tons de cinza. O segundo pelo nome da autora, vários leitores (eu inclusive) pensaram se tratar de um livro nacional. Laura Elias é uma conhecida autora nacional de romances de banca (resenhei alguns livros dela aqui no blog, clique aqui para ler). Mas na verdade esse livro não é nacional, Laura Elias é o pseudônimo de uma escritora de San Francisco (as ilustrações são de Benjamin Wachenje - ótimas, por sinal).

Polêmicas à parte, vamos à história...

Existem dois narradores, sem nomes, nessa história. A namorada curiosa e o amante ‘professor’. Ela quer aprender tudo que ele sabe sobre o sexo e a arte da sedução e ao longo de 50 noites conheceremos as fantasias dos dois. Tem de tudo: bondage, voyeurismo, ménage, sadomasoquismo, etc. E há alternância na dominação, ora ele, ora ela.

Ele lhe dá um diário, no qual ela precisa registrar toda a jornada deles. E o livro segue esse mesmo esquema. Cada noite um pequeno conto do que eles fizeram, além de fotos.

50 noites em tons de cinza, de Laura Elias (Planeta, 112 páginas, R$ 19,90) é uma mistura de livro de contos com Kama Sutra. Mas eu realmente não entendi qual a proposta da autora. Não é um romance propriamente dito, os contos são curtos, sem profundidade. Os narradores não aprofundam nem a parte erótica. É como ler uma breve descrição sobre uma noitada de sexo. Leitura rápida e um pouco apática. Também não funciona como Kama Sutra, já que também não é explorada a posição em questão, e nem o que se chama de gozo dos sentidos. O livro também poderia funcionar como um manual de autoajuda, já que tem algumas dicas de sedução, mas são tão poucas que também não funcionaria.

Enfim, infelizmente não descobri o que a autora queria ao escrever esse livro. Achei totalmente sem graça, salvo a parte em que a personagem dá uns tapinhas no amante, rs (finalmente o homem quem apanha!).

Queria mostrar algumas ilustrações, mas como a maioria é proibida para menores, segue apenas uma ‘comportadinha’.