[Resenha] O que há de estranho em mim- Gayle Forman




Só então me dei conta de que devemos valorizar quem se preocupa com a gente. Isso é algo muito especial, que de uma hora para outra pode sumir. 

Olá pessoas! Tudo bem com vocês?

Antes de começar a resenha de hoje eu preciso falar que fiz as pazes com a Gayle, não sei se vocês lembram, mas a nossa relação deu uma estremecida com Eu estive aqui, no entanto O que há de estranho em mim fez com que eu apagasse da memória qualquer que tenha sido o motivo pelo qual fiquei chateada com a escrita dela. Aaaa vale ressaltar que você vai passar por uma montanha-russa de emoções ao ler esse livro.

A Brit é uma garota de 16 anos, que tem várias tatuagens pelo corpo e um cabelo com mechas rosas. Até então a descrição comum sobre várias adolescentes. Ela mora com o pai, a madrasta e o irmão bebê Billy. Já no começo eu passo raiva com o pai da Brit, sério. Eu fico pensando se ele é idiota mesmo ou se faz. A madrasta não é também flor que se cheire ou pelo menos deixa subentendido que não seja. Implica com a menina por tudo e pra piorar acha que a Brit é má influência para o irmão, só porque toca numa banda e chega de madrugada em casa por conta dos shows.

Mas o pai consegue te enfurecer ao chamar a filha para uma "viagem em família" quando na verdade só iriam os dois de carro para o Grand Canyon. Mesmo contra a vontade de ir, Brit ficou animada porque realmente queria conhecer o Grand Canyon. A real era que ele estava levando ela para a Red Rock, uma "escola" que prometia em suas propagandas que fazia reabilitações de acordo com a necessidade do paciente. A Red Rock era um manicômio desses que você entra são e sai maluco. O negócio deles era torturar o psicológico das internas. Tudo sobre entrar em suas mentes e trabalhar com os seus medos, não para ajudar. Usá-los como seus escravos enquanto permanecesse lá dentro.
Os adultos tinham abandonado seu papel, buscando refúgio num casulo de ignorância para depois dizer que seus filhos é que eram desajustados. Não dava mais para confiar neles. Não havia mais ninguém para nos orientar, para cuidar da gente. Então só nos restava uma coisa: cuidar de nós mesmas. 


O "tratamento" tem seis níveis de progressão. Mas nos níveis um e dois, você fica na solitária. Sem direito a visitas, receber e mandar cartas. A partir do terceiro você passa a dividir quarto com outras garotas e receber cartas. Mandar cartas e receber ligações só a partir do nível quatro. Saídas curtas só a partir do nível cinco e a partir do nível seis, você pode passar uma noite fora, por exemplo. Lembrando que qualquer deslize você perde um nível ou dependendo do caso, volta ao nível um. Isso também varia de acordo com a sua situação financeira. Se sua família não tiver condições de te manter, em três meses você terá sua liberdade. Pois é o prazo limite que o seguro cobre.

Loucura né?! Agora imagine a Brit uma pessoa normal passando por tudo isso, sem contar que estava em um lugar completamente desconhecido, sem ninguém em quem pudesse confiar. Principalmente seus amigos da Clod, a banda que tocava até ser internada. Quando passou a dividir quarto com Martha, Bebe e Tiffany estava tão acostumada a solidão que ainda não se sentia segura para dividir nada da sua vida com elas. Aos poucos ela, Bebe e Martha foram se aproximando, ainda mais que trabalhavam juntas na Pedreira e lá ela conheceu Cassie e V, logo formaram o Divinamente Fabuloso e Ultraexclusivo Clube de Malucas, onde passaram a chamarem uma a outra de Irmãs. Quatro garotas que tinham o mesmo objetivo que o dela, sair da Red Rock e acabar com aquele lugar.
Essa era uma das piores coisas: não saber de nada. Quando uma pessoa mata alguém e vai para cadeia, tem permissão para receber visitas, e está ali cumprindo uma pena específica, mas nem eu nem nenhuma das Irmãs tínhamos esses direitos.

Nem preciso dizer que elas constroem uma amizade bonita e muito arriscada, já que tudo sobre a Red Rock implica com proibições. Elas buscam meios para manter a união mesmo quando os nervos estão no limite. E é aí que Jed faz um papel fundamental na vida da Brit, por meio de cartas que ela finge receber do pai, ele a mantém informado sobre o que acontece em Portland, sua cidade, dá notícias sobre as idades da banda deles, a Clod. Ele é o porto seguro dela, mesmo que talvez não saiba. É muito bonito ver a fidelidade e a sensibilidade dele em relação ao que a amiga está passando.

Antes de concluir preciso dizer que amo que a Gayle traz problemas sociais para seus livros, assim como ela retrata a depressão em Eu estive aqui, nesse livro a esquizofrenia é retratada. A mãe da Brit é esquizofrênica e por muito tempo conseguiu conviver sem que os sintomas fossem um problema pra ela e pra família dela. Até que tudo começou a ficar muito mais complicado. O esquizofrênico quando está em um nível avançado, se é que eu posso falar assim, já que a doença está sempre ali só que adormecida.

Quando acorda costuma abalar as estruturas dos que os cercam. Lidar é complicado, nem todo mundo consegue e muitas vezes o próprio não consegue e foge de casa. Como aconteceu com a mãe da Brit, mesmo tendo a família toda apoiando e fazendo de tudo para que o tratamento funcionasse, ela fugiu de casa, ou melhor da sua vida. E depois que eu vim compreender que o medo do pai da Brit era justamente esse, que ela se tornasse como a mãe dela e que não lembrasse uma sombra do que já foi um dia.

Não existem madrastas malvadas, não existem fadas madrinhas, não existem príncipes encantados. Não existe um destino predeterminado. É você que manda no destino. É você que decide o que faz.

Enfim pessoas, é isso. Tem tanta coisa que eu quero falar, tantos personagens inescrupulosos, mas eles fazem parte de um momento da trama que eu vos aconselho a lerem para entender o que estou falando. E espero que tenham gostado. No entanto, posso dizer que a Drª Clayton, o Xerife e os demais funcionários daquela possilga transformaram a vida das meninas V, Brit, Bebe, Martha e Cassie um verdadeiro inferno até o dia que tudo mudou...

Um beijo enorme e até a próxima!!






















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