“A felicidade é frágil. Devemos apreciar cada momento e fazer o que estiver em nossas mãos para protegê-la. O resto da vida, de certa maneira, não passa de ruído de fundo.”
Hoje irei falar sobre um livro que se enquadra nos gêneros policial e suspense, no entanto o enredo não se limita apenas a investigações, violência, bandidos e investigadores – apesar da protagonista ser uma agente da policia – a estória é profunda e instigante. Que falta você me faz (Arqueiro, 368 páginas, 2015) é um livro completo, em que além de nos prender numa trama excitante (eu li em 1½ dia), o autor nos presenteia com temas mais polêmicos, os quais nos fazem refletir. Entre eles encontramos o preconceito sexual, a internet e o perigo dos sites de relacionamento.
O cenário principal é Nova York, os personagens principais são: Kat Donovan, uma policial dedicada e intuitiva, corajosa e inteligente, mas que também é uma mulher comum, na casa dos 40 anos, nossa protagonista não chegou nem perto de realizar todos os sonhos e alcançar todos os seus objetivos, o que a transforma em uma pessoa amargurada, mas não triste. Kat tem seus métodos de distração e momentos de alegria.
O detetive Henry Donovan, pai de Kat, que foi assassinado 18 anos antes da época da narrativa, é um personagem presente e obviamente importante no livro, tendo em vista que um dos crimes investigados por Kate é a morte de seu pai.
E por fim, Jeff Raynes, ex-noivo de Kat. Este último também não aparece na vida dela há 18 anos, após o rompimento do noivado por iniciativa dele. Jeff sumiu e Kat nunca mais soube dele... Até sua amiga Stacy inscrevê-la em um site de relacionamento.
“Algumas pessoas tinham a disciplina, a perseverança e a disposição para o trabalho como meios infalíveis para se chegar a um fim, mas, na verdade, a aleatoriedade exercia um papel muito mais importante no desenrolar das coisas. Por mais difícil que seja admitir, somos todos governados pela sorte, pelo destino e pelo timing.”
Nesse livro contamos com duas investigações especialmente difíceis para a detetive Donovan, uma por se tratar do assassinato de seu pai e a outra é sobre um desaparecimento em que, suspostamente, seu ex-noivo está envolvido. Não temos um problema principal esperando para ser resolvido. Temos várias estórias paralelas e aparentemente independentes, mas que no decorrer da trama podemos perceber que estão todas interligadas de tal modo que o autor encerra esse exemplar sem deixar pontas soltas. O que é ótimo, particularmente, eu não gosto das obras que terminam com uma interrogação vestida de ponto final.
Os personagens principais são tão bem construídos que conseguimos até identificá-los com pessoas da vida real, os secundários, inclusive, são de igual importância. Além dos citados, temos o professor e amigo de Kat, Aqua. O capitão Stagger e um adolescente que procura a policial dizendo que sua mãe está desaparecida. Este último fato e este garoto são os elementos que desencadearam a série de investigação que deu vida ao livro.
Citei alguns temas dignos de debates no início da resenha, né?
Bem, quase ia me esquecendo de contar que Harlan não se deu por satisfeito e também quis falar de amor. Dos tipos diferentes, o livro mostra o amor fraternal, o romântico, o amor a vida e o amor aos animais. Nos mostra também a importância da amizade.
No entanto, nitidamente, o autor trata do risco alto que é se relacionar através da internet. Portanto, fica a dica: muitas pessoas adquirem personalidades falsas para conseguirem condicionar outras e as intenções são as mais variadas... E nem sempre são boas.
Meus queridos, um abraço e até a próxima.