Julyana Barocci é o retrato da mulher atual. É independente,
tem o emprego dos sonhos, bem- sucedida, determinada. Quase todos os setores da
sua vida são bem resolvidos, quase, porque quando o assunto é relacionamentos,
Julyana não tem muita sorte. Após ser traída pelo seu namorado no dia do
aniversário dele, ela começa a se questionar do por quê não conseguir ter um
relacionamento duradouro.
E para completar, logo após descobrir a traição do ex, seu
pai biológico surge do nada, ou melhor, do Rio de Janeiro e conta a sua versão
da história, que por sinal é bem diferente da que foi repetida por sua família
a vida toda. É aí que ela volta para sua cidade, no interior de Minas Gerais,
em busca de respostas.
"Tentaram me conduzir por um trilho sem desvios. Pura utopia! A vida não é retilínea, mas cheia de curvas, aclives e declives, o que às vezes a torna desgovernada ou mágica."
Chegando lá, além de descobrir que sua mãe omitiu a verdade
por quase 36 anos, ela também omitiu outras coisas sobre o passado da July que
mudaram a vida da moça, que hoje no presente ela consegue compreender tamanho
efeito.
Eis que nossa mocinha parte numa viagem sem roteiros para a
Califórnia, a fim de fazer as pazes com o seu passado. Será uma viagem de
autoconhecimento, de liberdade. Tudo o que a July estava precisando no momento.
Depois de dar uma pesquisada sobre Lucas Aiala, ela descobre que ele hoje, se
chama Luke Aiala e é um rockstar em ascensão, portanto decide ir à um show que
vai ter na cidade e quem sabe não o encontra?
"Ao som de "Always", do Bon Jovi, fizemos mais uma vez as pazes. Ele era a aquarela na minha vida."
O reencontro deles não é logo no primeiro show, mas quando
acontece é muito bonito. É palpável o quanto a história deles estava inacabada,
que algo de errado não estava certo sobre o passado deles. E como o Luke é lindo e encantador. Ele tem um
jeito bem leve de levar a vida, completamente diferente da July. O Luke vive o
hoje, a July planeja o amanhã.
Preciso falar aqui das personagens secundárias, Paola e
Alice, melhores amigas da July. Me diverti horrores com os momentos delas três
no livro, porque são tão diferentes e ao mesmo tempo se complementam.
Por ser um livro de estreia, achei a escrita da Marina bem
envolvente. Os capítulos são curtos e o enredo bem fluído. Os personagens tem
liga, o que nos deixa bastante confortáveis e compreensíveis com tudo o que acontece
na vida da Julyana. Tanto que terminei o livro em um dia. A quantidade de “azar”
na vida da coitada ultrapassa os limites aceitáveis e não tem como não chorar
de rir com isso. Nosso coração diz que é errado, mas é impossível mesmo.
"Como eu conseguirei me expressar e dizer o que quero ou espero? Não posso, é claro. A timidez me contém como de costume. Surgirá, talvez, uma oportunidade mais apropriada, e eu direi o que quero, o que penso, com intensidade, paixão e verdade."
Uma janela para o Céu não é um livro de romance propriamente
dizendo, é um livro de auto descobertas, que fala sobre a importância do perdão
e saber perdoar para viver mais leve e feliz. Sobre não deixar com que os mal-entendidos
do passado interfiram no futuro. Claro que o livro tem cenas românticas, mas
não é o foco, eles acontecem naturalmente. O final que o diga e não falarei
como e nem com QUEM, obviamente. Mas posso dizer que fiquei muito feliz com
tudo o que aconteceu com a Julyana Barocci para que chegasse até ali.
Espero que tenham gostado da resenha. Um beijo enorme e até a próxima!!