Não sei onde é minha casa.
Há uma promessa de felicidade por aí.
Eu sei disso. Até sinto às vezes.
Mas é como perseguir a lua: bem na hora em que
você acha que a tem, ela some no horizonte.
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Depois de perder a mãe, Emily descobre que tem um avô, que vive numa pequena cidade chamada Mullaby. Tudo lhe é novo e diferente, a começar pelo avô, um gigante como ela nunca tinha visto. A casa, antiga e deteriorada, não lembrava em nada os apartamentos com os quais estava acostumada.
A cidade também é misteriosa, a começar pelas luzes noturnas. As luzes de Mullaby, como são conhecidas. São luzes que parecem estar vivas, algo aparentemente inexplicável. Tem o temperamental papel de parede de seu quarto, ele muda de estampa conforme seu humor. Os habitantes também são complexos, a começar pela família Coffey. Eles saíam todos os dias pela manhã, vestidos impecavelmente com um terno bem passado, cumprimentavam todos por quem passavam, entretanto, jamais saíam à noite. Dentre os homens dessa família, havia Win. O lindo, e enigmático, Win. Ela não sabia por que ninguém queria que eles ficassem próximos. A cidade é envolta em mistério e todos parecem esconder algo de Emily e ela está mais do que disposta a desvendar um a um.
Agora não tinha como voltar atrás.O terreno estava preparado.Ela estava oficialmente curiosa.Pág. 59
Conhecemos também, Julia, a confeiteira da cidade. Ela faz bolo diariamente e sempre com a janela aberta. Emily sempre sente o doce cheiro vindo da casa da vizinha. Através de Julia, conhecemos o lindíssimo Sawyer. O homem mais bonito da cidade, que um dia ela ousou amar. E o avô de Emily? Uma figura notável e não apenas por causa do gigantismo. Ele é simpático, afável e desengonçado, rs.
Julia tem um segredo, algo que aconteceu no passado e que a influencia, até hoje, em tudo. Um segredo que ela precisa compartilhar com Sawyer, mesmo que ele a rechace. Há, ainda, nossa adorável protagonista, Emily, que foi parar numa cidade completamente diferente da que vivia e teve que aprender a conviver com o gigante avô e o estranho povo de Mullaby. E não só ela, mas todos os personagens tiveram algo a acrescentar ou aprender uns com os outros. Um fio puxando o outro. Os personagens são únicos.
Gostei muito da escrita de Sarah Addison. Ela usa magia e misticismo para explicar as coisas mais corriqueiras da vida. Através dessas comparações podemos analisar os sentimentos, dramas e vivências. Adorei. Descobrir os segredos de Mullay é como desvendar os mistérios da vida..
A Garota que Perseguiu a Lua, de Sarah Addison Allen (Planeta, 256 páginas, R$ 34,90), é um conto de fadas à moda da Carolina do Norte – sudeste dos Estados Unidos –, que nem os famosos churrascos presente na história, delicioso e mágico. Super recomendo.