Às vezes viver era mais difícil do que morrer.
Jack Armstrong é um paciente terminal. O câncer está no estágio final e sua família está apenas contando os dias para sua morte. Sua esposa e filhos estão tentando ser fortes, além, é claro, do próprio Jack. E, enquanto esse dia não chega, ele vai escrevendo cartas, cartas para sua esposa ler depois que ele tiver falecido. Tal qual em P.S. Eu te amo, ele espera que essas cartas a ajudem a superar sua morte e a faça seguir em frente.
Então, algo terrível e inesperado acontece. Lizzie, sua esposa, morre num acidente de carro. E agora? O que será de seus filhos quando ele também se for?
Agonizando, entre a vontade de ficar bom por seus filhos e morrer para ficar próximo à Lizzie, Jack não sabe o que fazer, até que sua sogra propõe uma ideia: ela ficará com um de seus filhos, e suas outras duas filhas, ficará, cada uma, com os outros dois. E ele irá para uma casa de repouso, esperar sua morte.
Durante a estadia na casa de repouso algo acontece. A fé de Lizzie em Jack é tão forte que, milagrosamente, ele começa a ficar bom e o câncer some. Os médicos não acreditam, mas contra fatos não há argumentos e logo Jack vira o homem-milagre. Um homem que à beira da morte encontrou a fé e se curou.
Mas a verdade é que ele não tinha tanta fé assim, ele acredita que sua falecida esposa mexeu os pauzinhos no céu para ele se curar e seus filhos não ficarem órfãos. Jack se reergue, toma sua vida de volta e vai buscar os filhos.
Sem saber direito para onde ir, ou como agir, ele parte para a casa que sua esposa morou quando era criança e que lhe foi deixada de herança. Ele iria arrumar a casa e realizar o sonho dela.
Um certo verão, de David Baldacci (Arqueiro, 272 páginas, R$ 29,90), é triste, comovente, mas tem final feliz. A narrativa lembra os romances de Nicholas Sparks, e Baldacci sabe cativar o leitor. Impossível não sofrer com Jack, Lizzie e seus filhos. Impossível não torcer para ele se apaixonar novamente e parar de sofrer.
A parte da morte de Lizzie e a cura de Jack é apenas a primeira parte da narrativa, a segunda foca no luto dele e na amizade com os moradores da cidade costeira, para a qual se mudou, incluindo uma mãe solteira bem animada.
Senti falta de mais romance, Baldacci ‘cortou’ o que poderia ser a melhor parte da história. Mesmo assim, fica a dica. Recomendo.