Aposta indecente - Matilda Wright



- Parto amanhã para o Vale do Loire e vou leva-la comigo – disse Louis.
Catherine levantou uma sobrancelha, admirada.
- Pensei que tinha falado num convento em Paris... – retrucou.
- Não se trata de um convento. Mudei de ideia a seu respeito. É jovem e bonita, seria um desperdício escondê-la do mundo. Tenciono torná-la minha amante... por enquanto.
Págs. 25-26


Pelo título e início da história, pensei que fosse um histórico hot, estilo Sinful (Charlotte Featherstone). Mas, apesar do protagonista adorar os 'prazeres da carne', a história não é picante. É um romance gostosinho.

A aposta, que dá título ao livro, é bem indecente mesmo. O pai de Catherine, um homem da nobreza, é viciado em jogos e perde tudo o que tem. No desespero, na ânsia de alimentar o vício, aposta a própria filha. E, como é de se esperar, perde no jogo. E perde para o velho babão tabelião. Assim, Catherine se vê obrigada a se casar com um homem muito mais velho e pelo qual não sente nada, além de desprezo. Tão logo ela se casa, o pai se mata. E ela vê sua chance de se livrar do marido ruir.

O marido de Catherine, sr. Duvernois, é outro viciado em jogo e, mesmo  devendo à várias pessoas, aposta todos seus bem num jogo contra o marquês de Villeclaire - Louis -, que estava alegando que a sorte estava ao seu lado e ganharia qualquer aposta. Duvernois tinha certeza que seria o dinheiro mais fácil que ele ganharia na vida e apostou tudo. E tudo é TUDO mesmo, incluindo sua casa com todos os pertences, incluindo Catherine. E o tabelião perde! A pressão é tanta que logo morre.

É hora de Villeclaire buscar o que lhe pertence, mal sabe ele que não irá se deparar com uma velha viúva e sim uma jovem bonita, porém maltratada. Como ele não presta e a tentação é grande demais, decide que a terá como amante e ela não pode lhe dizer não.

Aposta Indecente (Quinta Essência, 240 páginas, R$ 29,90) é um romance histórico de leitura rápida. Fez-me lembrar de Barbara Cartland (claro, há várias diferenças entre elas). O marquês é um fanfarrão e não está nem aí para nada, Catherine meio que se contentou com seu destino. Ou seja, os personagens principais não brilham, mas aí o leitor é apresentado a uma amante do marquês, Isabella. E que mulher perspicaz! Adorei sua inteligência e atitude. Uma personagem que deu um colorido especial à trama. E fez subir a nota (dei 3/5 estrelas)

A versão impressa é linda!
Achei o final abrupto. Villeclaire passou o livro quase inteiro achando que Catherine era uma oportunista mentirosa e apenas quando ela estava à beira da morte que ele se obrigou a enxergar a verdade e declarou-se. Tentei pesquisar sobre continuações mas não achei informações. Parece que esse foi o único livro publicado pela autora. E isso nos leva a outra questão...

Matilda Wright é um pseudônimo. Segundo a editora, a autora é inglesa e bastante conhecida em seu país, então resolveu publicar esse romance por um pseudônimo. Na ficha catalográfica, um dos indicadores é “literatura inglesa”, porém não há nome original da obra e nem o tradutor, o que faz gerar os rumores de que a autora é na verdade portuguesa. Qual será o mistério? rs

Aposta indecente é um bom livro para entreter; leia sem expectativas e quem sabe você será surpreendido (a)?

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