[Resenha] Colega de quarto- Victor Bonini.




"Saber o quão rápido a vida pode acabar. E, apesar disso, como as memórias ficam..."

Olá Pessoas!! Tudo bem com vocês?

Hoje eu vou falar sobre um livro bem diferente de todos os que já tinha lido antes. "Como assim, Lailie?" Deixa eu explicar, eu já tinha lido thrillers psicológicos antes, aliás eu adoro. Mas nunca me ocorreu ler um brasileiro. O livro é o Colega de Quarto, do Victor Bonini, lançado pela Faro Editorial. No começo eu fiquei um pouco desdenhosa, sei lá. Meu país, uma cidade que eu conheço, de repente vira cenário de uma história, coisa de louco. Depois eu fui me familiarizando. Aquela coisa, da mesma forma que eu fiquei com pé atrás foi o que me levou a seguir adiante.

O personagem principal é o detetive particular e advogado, Conrado Bardelli, o Lyra. Mesmo a narrativa sendo em terceira pessoa, você consegue seguir a linha de raciocínio do Lyra como se ele estivesse narrando pra você, o que estava  passando na cabeça dele. Quando o Eric Schatz o procura em seu escritório na primeira hora da madrugada da Quinta- feira pra falar sobre a possibilidade da existência de um colega de quarto em seu apartamento ou se isso seria loucura da sua cabeça, e que se possível o doutor (fiquei-me perguntando se ele tinha doutorado, mas como é bem inteligente, bem provável que sim) resolvesse aquele caso o mais rápido possível e que ele podia pagar. Bem típico de garoto rico e mimado que acha que dinheiro compra tudo e todos. Você consegue imaginar as engrenagens do cérebro do Sr. Bardelli girando pra solucionar o caso.

Como Conrado achou a história sem sentido, aconselhou-o a chamar pela polícia. Mas ele disse que as duas pessoas com quem ele já tinha desabafado sobre isso antes, achou melhor ele não chamar e com isso foi embora pro seu apartamento, no Royal Residence. Eis que às quatro da manhã Eric liga para Lyra, esse que a essa altura estava tentando dormir as poucas horas que restava. A conversa não flui muito bem, porque o Eric estava apavorado, esgotado e com muito medo das coisas que estavam acontecendo em seu apartamento.

O dia amanheceu (a mesma Quinta-feira já citada aqui) e veio a notícia que Eric Schatz havia se suicidado. Pulando do seu apartamento no décimo quinto andar. A partir desse momento, a brincadeira começou de verdade. Quem nunca jogou detetive? Gente, esse foi de um nível que, eu que me julgava boa, me senti bem amadora. De repente começa aparecer alguns suspeitos bem óbvios e você foca neles, daqui a pouco aparecem mais e quando você pensa que matou a charada, o Lyra "diz" que a gente estava completamente enganado.

Mas teve uma parte, que eu não vou falar, porque ela é quase no final do livro que eu estava lendo antes de dormir. Achei uma péssima ideia, mas como em filme de terror eu costumo ter crises de risos, achei que aconteceria mais ou menos a mesma coisa. Lá estava eu lendo toda bonitinha, já deitada. O negócio começou a ficar meio assustador, tanto que qualquer barulhinho eu já estava me assustando, cochilei. Como a luz do quarto estava acesa, meu pai veio olhar se eu estava dormindo. Quando ele abriu a porta eu só tive uma única reação: gritar, com o susto que eu levei. Tadinho. Poxa Victor, faz esse tipo de brincadeira com o leitor não, porém foi uma cena tão bem construída que eu quase morri e matei meu pai de susto.

Voltando ao livro, uma personagem que eu amei ter conhecido e senti muito que ela não pode ter ficado mais tempo ativamente na história, foi a Dona Olga Lafond. Uma senhorinha muito simpática, que queria se sentir muito útil e aceitou a proposta de seu Conrado de ser sua espiã dentro do Royal Residence, mas que por saber demais, acabou sendo golpeada na cabeça, deixando-a internada em estado grave no hospital.

"Eu sou da opinião de que a maior parte do que acontece ocorre por causa de coincidências, e elas são muito mais comuns do que imaginamos. Bem, mas se pensarmos desse modo, elas passam a não ser mais coincidências propriamente ditas, não é?"

Eu prometo que não vou mais falar nada pra não acabar falando demais, eu juro que a Miranda Schatz tem todas as descrições da Miranda Prestley de O diabo veste Prada. Talvez eu tenha gostado dela por isso, essa frieza no olhar de quem não tem paciência pra discutir coisas desnecessárias com quem não gosta. Adorei!!!

"E viu-se entristecido pela morte de um jovem que viverá de forma tão superficial, regada a dinheiro e produtos de marca, mas carente de emoções de verdade. Era como se não tivesse, de fato, vivido."

Enfim pessoas, talvez eu não tenham falado muito sobre o livro em si, mas livros de suspense, perde a graça se a gente ficar falando muito. Se eu avançar demais e com mais detalhes sobre as investigações do Lyra, vou acabar contando não um, como vários spoilers. No entanto, eu espero que vocês tenham gostado. Um beijo enorme e até a próxima!!































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